O sintoma de aprender

O título deste texto veio quando me apressava a entregar à comissão científica deste congresso a resenha de um trabalho sobre o qual mal tinha começado a pensar. Como era de se esperar, a resenha ficou tão sintética que ninguém entendeu nada. Pediram-me que fizesse outra, um pouquinho mais explícita. (…)

o-sintoma-de-aprender_ricardo-goldenberg

O  significante

Representa o sujeito para outro

Significante

O sujeito é representado

Por um significante para outro

Significante

O inconsciente é

O discurso do Outro.

O desejo é

O desejo do Outro.

E o Outro?

O Outro não existe…

so_ricardo-goldenberg

O quilombo dos psicanalistas

Fui informado que devo royalties a Gustavo Etkin pelo título que escolhi para esta comunicação ao congresso. Proponho um

pequeno escambo para saldar minha dívida: o trabalho destas reflexões em troca do pagamento devido. (…)

quilombo-dos-psicanalistas_ricardo-goldenberg

Demanda de utopias

O professor Paulo Silveira teve a gentileza de convidar-me para dar uma das aulas do seminário que organizou junto com a professora Irene Cardoso na faculdade de Sociologia da USP. O nome do seminário era Utopia e mal-estar na civilização, e foi sob este título que comecei a trabalhar na palestra que daria. (…)

utopias_ricardo-goldenberg

Serestar

Quando soube que a APPOA dedicaria seu congresso anual de 2006 aos temas do Seminário XI achei providencial, já que estivera enfronhado durante mais de um ano no problema da liberdade. Apresentaria pois um relatório do que vinha desenvolvendo com meus colegas de Percurso Psicanalítico de Brasília: a relação entre determinação e liberdade à luz do inconsciente freudiano. (…)

Serestar_ricardo-goldenberg

O significante démodé

significante, dizia Lacan, representa o sujeito para outro significante. Esta fórmula, este encantamento, repetido durante trinta anos até a exaustão, mostra, sem explicar, a concepção lacaniana de linguagem —esse lugar transcendental, onde subjetividade e significante permanecem enlaçados em mútua remissão. (…)

O-significante-demode_ricardo-goldenberg

O mal-estar no Português ou Olha Quem está falando!

Quando os Flügelbaum chegaram à Argentina, vindos da europa central ou do leste, fizeram-no em dois momentos diferentes e em dois portos separados. Hoje eles são duas famílias de sobrenome Pajarbol e Arbolave. Meu tio Walter tornou-se Gualterio ao entrar, mas não pode reclamar porque está em distinta companhia, junto a El Bosco, aliás, Hyeronimus Bosch, e Elizabeth, Queen of England, melhor conhecida na Espanha como: la reina Isabel de Inglaterra. Ninguém entra no espanhol impunemente. (…)

Olha-Quem-Esta-Falando_ricardo-goldenberg

Para uma clínica do preço

Faz um certo tempo foi honrado Machado de Assis com seu retrato na nota de maior valor que circula no Brasil no momento. O Barão de Rio Branco, entretanto, está prestes a sair de circulação rumo ao esquecimento. Coisas da inflação! Breve, todos os pro-homens da pátria terão realizado o circuito da série que os leva, como o professor queria, à merda —após terem passado pelos pênis, os bebês e os presentes (não necessariamente nesta ordem). (…)

para-uma-clinica-do-preco_ricardo-goldenberg

Notas sobre a inibição

Hemmung, a inibição, não chega a ser um conceito, ao menos para Freud. Nunca adquiriu a dignidade do sintoma nem a nova respeitabilidade da angústia. A inibição era a prima pobre da psicopatologia. A palavra mesma se abriu caminho até a neurologia vinda da linguagem jurídica francesa, onde significava a suspensão dos direitos legais de alguém. (…)

Notas-sobre-a-inibicao_ricardo-goldenberg

Ideias de Lacan

Humphrey Bogart nunca disse “play it again, Sam”, em Casablanca. Nem Sherlock Holmes, “elementary, my dear Watson”. Tampouco Jacques Lacan recomendou “ne pas céder sur son désir”, no Seminário. Esta versão recolhe o que restou da sua tentativa de teorizar uma ética da psicanálise, em 1959. (…)

Humphrey-Bogart-nunca-disse_ricardo-goldenberg