O sintoma de aprender

O título deste texto veio quando me apressava a entregar à comissão científica deste congresso a resenha de um trabalho sobre o qual mal tinha começado a pensar. Como era de se esperar, a resenha ficou tão sintética que ninguém entendeu nada. Pediram-me que fizesse outra, um pouquinho mais explícita. (…)

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O  significante

Representa o sujeito para outro

Significante

O sujeito é representado

Por um significante para outro

Significante

O inconsciente é

O discurso do Outro.

O desejo é

O desejo do Outro.

E o Outro?

O Outro não existe…

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Demanda de utopias

O professor Paulo Silveira teve a gentileza de convidar-me para dar uma das aulas do seminário que organizou junto com a professora Irene Cardoso na faculdade de Sociologia da USP. O nome do seminário era Utopia e mal-estar na civilização, e foi sob este título que comecei a trabalhar na palestra que daria. (…)

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Para uma clínica do preço

Faz um certo tempo foi honrado Machado de Assis com seu retrato na nota de maior valor que circula no Brasil no momento. O Barão de Rio Branco, entretanto, está prestes a sair de circulação rumo ao esquecimento. Coisas da inflação! Breve, todos os pro-homens da pátria terão realizado o circuito da série que os leva, como o professor queria, à merda —após terem passado pelos pênis, os bebês e os presentes (não necessariamente nesta ordem). (…)

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Notas sobre a inibição

Hemmung, a inibição, não chega a ser um conceito, ao menos para Freud. Nunca adquiriu a dignidade do sintoma nem a nova respeitabilidade da angústia. A inibição era a prima pobre da psicopatologia. A palavra mesma se abriu caminho até a neurologia vinda da linguagem jurídica francesa, onde significava a suspensão dos direitos legais de alguém. (…)

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Ideias de Lacan

Humphrey Bogart nunca disse “play it again, Sam”, em Casablanca. Nem Sherlock Holmes, “elementary, my dear Watson”. Tampouco Jacques Lacan recomendou “ne pas céder sur son désir”, no Seminário. Esta versão recolhe o que restou da sua tentativa de teorizar uma ética da psicanálise, em 1959. (…)

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A empadinha

Há sete anos e quase setenta números que a chamada “revista da Pulsional”, este Boletim de novidades, incentiva a escrita psicanalítica em nome do que Manoel T. Berlinck denomina “pluralismo não eclético”. Os colaboradores se comprometem com textos de sua autoria, em nome apenas da sua singularidade. (…)

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A infância mítica da psicanálise

“Há coisas mais importantes que a infância”. Não sou eu que o diz, é um cachorro, no último conto de Kafka. Poderia ser um lema para nosso tempo, que promove Peter Pan como ideal e que talvez tenha em Michael Jackson seu exemplo mais acabado de realização sintomática. (…)

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A Linguagem segundo Lacan

As idéias de um autor não são idênticas ao discurso que ele pratica. Esta distinção, importante em qualquer caso, é decisiva quando se trata do ensino de Lacan. Um artigo recente de Juan Ritvo, que trata da posição de Lacan face à ciência, chamou minha atenção para esta questão. (…)

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A homossexualidade entre a psicanálise e os psicanalistas

Reflexão concisa sobre o preconceito concernente à homossexualidade que viceja na instituição psicanalítica lato sensu, e sobre o discurso racionalizante e redutor com que é encoberta. (…)

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