Goza! Capitalismo, Globalização, Psicanálise

gozo-capitalismo-economia-politica-psicanálise_ricardogoldenbergA globalização, mais recente avatar do capitalismo, interage com a Psicanálise numa via de mão dupla; por um lado, as novas relações econômicas e sociais atuam sobre o sujeito, provocando o aparecimento de novos sintomas. Os psicanalistas, por sua vez, não cessam de interrogar, a partir da sua clínica, os efeitos do laço social capitalista no sujeito e na pólis. Este volume reúne algumas das contribuições mais representativas desse esforço de teorização acerca da relação entre sujeito e objeto na sociedade capitalista. Juntamente com analistas de diversas escolas, profissionais das áreas de Sociologia, Direito, Filosofia e Jornalismo discutem os efeitos do Capitalismo na subjetividade hodierna.

Do amor louco e outros amores

amor-psicanalise-lacan_ricardogoldenbergOs textos que compõem este livro refletem, sem eu saber, diferentes estados da minha relação com o amor e com a minha prática de psicanalista. São, acredito, a mesma coisa. A pergunta pelo desejo insiste em todos eles, às vezes desde meu consultório, outras, a partir do (des)encontro com uma mulher ou com um amigo. Ela me é remetida por um filme, um poema ou um romance; ou, então me retorna da leitura de uma notícia de jornal ou, claro, dos meus monólogos assistidos no divã.

Ensaio Sobre a Moral de Freud

etica-moral-inconsciente-freud_ricardogoldenbergDiscute o problema ético decorrente da experiência analítica. Num estilo ao mesmo tempo rigoroso e fluente, este ensaio levanta questões que concernem não apenas aos praticantes da psicanálise mas também aos leitores provenientes de outros campos, sobretudoda filosofia, com a qual mantém um diálogo vivo e enriquecedor.

Política e Psicanálise

politica-e-psicanalise_ricardo-goldenbergPsicanálise e política não se opõem. Erra quem ainda acredita que uma se ocupa do coletivo enquanto a outra cuida do individual. Erra também quem ve na política a arte de manipular as massas mediante miragens e na psicanálise, a de revelar-lhes o caroço da verdade subjacente.

Mais que não seja por terem os mesmos problemas, isto é, a escolha e a  liberdade, e por tratarem do mesmo objeto, a saber, a felicidade (quer se denomine “gozo” ou  res publica”, o referente é o mesmo), não existe aqui a menor oposição e em nada se justifica a indiferença dos psicanalistas em matéria de política. Claro que ambas práticas não abordam seu objeto da mesma maneira e é desta diferença que se ocupa este livro.

Entre a fraqueza e a certeza

A François Perrier, pelo modo de ser psicanalista, e de ser gente

Entre fraqueza e certeza é o título, poderia ter escrito Entre debilidade e loucura porque é disso que se trata, mas preferi manter a ênfase numa certa intuição, já que queria estas reflexões mais perto da experiência. (…)

entre-fraqueza-e-certeza_ricardo-goldenberg

No círculo cínico ou Caro Lacan, por que negar a psicanálise aos canalhas?

livro_ricardo-goldenberg_no-circulo-cinico-ou-caro-lacanA máxima de ‘levar vantagem em tudo’, coerente com a corrupção crônica que infesta todos os estamentos da vida civil, parece exprimir uma verdadeira ética do malandro. Lado obscuro da fé cega de que sempre há de haver um jeito (para driblar as regras em benefício próprio). À lei universal internalizada do sujeito ético – há três séculos alicerce de toda reflexão sobre a moral – se substitui a paixão do esperto em ser a exceção que confirma a regra (dos outros). O problema é que esta exceção torna-se regra – a da malandragem -, e resulta difícil imaginar o que será feito dos tolos no dia em que se realize a sonhada nação da esperteza.

Vertigem desta curiosa dialética do malandro e do otário – versão bufa do legado hegeliano, mas não por isso merecedora de menor atenção – que o autor se dispõe a examinar neste trabalho. Menos para somar à legião dos descontentes (ou seja, daqueles que chegaram tarde ao reparte do bolo), que para demonstrá-la efeito de um novo discurso vigente na civilização. O discurso do cínico que, como qualquer outro, determina a organização mesma dos vínculos sociais em que se realiza e se exercita nossa subjetividade.