Serestar

Quando soube que a APPOA dedicaria seu congresso anual de 2006 aos temas do Seminário XI achei providencial, já que estivera enfronhado durante mais de um ano no problema da liberdade. Apresentaria pois um relatório do que vinha desenvolvendo com meus colegas de Percurso Psicanalítico de Brasília: a relação entre determinação e liberdade à luz do inconsciente freudiano. (…)

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O significante démodé

significante, dizia Lacan, representa o sujeito para outro significante. Esta fórmula, este encantamento, repetido durante trinta anos até a exaustão, mostra, sem explicar, a concepção lacaniana de linguagem —esse lugar transcendental, onde subjetividade e significante permanecem enlaçados em mútua remissão. (…)

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O mal-estar no Português ou Olha Quem está falando!

Quando os Flügelbaum chegaram à Argentina, vindos da europa central ou do leste, fizeram-no em dois momentos diferentes e em dois portos separados. Hoje eles são duas famílias de sobrenome Pajarbol e Arbolave. Meu tio Walter tornou-se Gualterio ao entrar, mas não pode reclamar porque está em distinta companhia, junto a El Bosco, aliás, Hyeronimus Bosch, e Elizabeth, Queen of England, melhor conhecida na Espanha como: la reina Isabel de Inglaterra. Ninguém entra no espanhol impunemente. (…)

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Notas sobre a inibição

Hemmung, a inibição, não chega a ser um conceito, ao menos para Freud. Nunca adquiriu a dignidade do sintoma nem a nova respeitabilidade da angústia. A inibição era a prima pobre da psicopatologia. A palavra mesma se abriu caminho até a neurologia vinda da linguagem jurídica francesa, onde significava a suspensão dos direitos legais de alguém. (…)

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Ideias de Lacan

Humphrey Bogart nunca disse “play it again, Sam”, em Casablanca. Nem Sherlock Holmes, “elementary, my dear Watson”. Tampouco Jacques Lacan recomendou “ne pas céder sur son désir”, no Seminário. Esta versão recolhe o que restou da sua tentativa de teorizar uma ética da psicanálise, em 1959. (…)

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DSM-IV E NÓS

Em vez de perder tempo descabelando-nos pelo triunfo da psiquiatria armada de DSMIV, os psicanalistas deveríamos preguntar-nos por que estamos deixando de ter espaço na sociedade para fazer chegar aos cidadãos a sua própria mensagem de modo invertido. (…)

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A empadinha

Há sete anos e quase setenta números que a chamada “revista da Pulsional”, este Boletim de novidades, incentiva a escrita psicanalítica em nome do que Manoel T. Berlinck denomina “pluralismo não eclético”. Os colaboradores se comprometem com textos de sua autoria, em nome apenas da sua singularidade. (…)

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A infância mítica da psicanálise

“Há coisas mais importantes que a infância”. Não sou eu que o diz, é um cachorro, no último conto de Kafka. Poderia ser um lema para nosso tempo, que promove Peter Pan como ideal e que talvez tenha em Michael Jackson seu exemplo mais acabado de realização sintomática. (…)

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A Linguagem segundo Lacan

As idéias de um autor não são idênticas ao discurso que ele pratica. Esta distinção, importante em qualquer caso, é decisiva quando se trata do ensino de Lacan. Um artigo recente de Juan Ritvo, que trata da posição de Lacan face à ciência, chamou minha atenção para esta questão. (…)

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A homossexualidade entre a psicanálise e os psicanalistas

Reflexão concisa sobre o preconceito concernente à homossexualidade que viceja na instituição psicanalítica lato sensu, e sobre o discurso racionalizante e redutor com que é encoberta. (…)

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