Considerações prévias (no espírito de Lucy no céu com diamantes).
Ninguém queria saber, embora todo mundo soubesse, que a Lonely Heart’s Club Band tinha vindo enterrar os Beatles. O fato de os quatro estarem presentes no funeral, bem al lado da coroa de flores vermelhas com o nome da banda, não mudava nada quanto ao essencial. Digo, quanto ao fato de tratar-se de um enterro. E que o militar tenha sido uma figura um tanto obscura –pouco se sabe sobre ele, e nada sobrou da sua passagem por este mundo, a não ser um retrato pintado a mão e a caricatura com a qual foi satirizada a Banda dos CoraçõesSolitários na guerra contra os Blue Meanies. Em todo caso, supõe-se que tenha sido um militar de baixa patente do Exêrcito de Sua Majestade, o que não deixa de ser irônico, já que os Fab Four não apenas nunca esconderam um certo bairrismo “liddipoolense” contra a empáfia britânica, como John tinha devolvido à rainha a comenda recebida por serviços prestados à Coroa (Most Excellent Order of the British Empire), precisamente como protesto contra a participação militar da inglaterra em Biafra e o apoio aos EEUU em Vietnã. Fala-se, ainda, de uma séria rusga, intermediada por Ringo Starr, entre Lennon e James Bond, que se tornara um orgulhoso cavaleiro do império, mais ou menos na mesma época (honraria que Ian Flemming, seu Watson assumido, morreu desejando).
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