Christian Ingo Lenz Dunker
(Para Boitempo)
O novo livro de Ricardo Goldenberg, Do amor louco e outros amores (Editora Instituto Langage, São Paulo, 2013), é uma grata surpresa no cenário de publicações psicanalíticas sobre o amor. Há algum tempo este tema vem sendo parasitado por uma glosa, mais ou menos repetitiva, sempre em tom sapiental, sobre como Lacan ou Freud, podem nos alumiar nas trevas líquidas e desencontradas que tomaram conta de nossa época em matéria de amor. A coisa caminha de tal forma que quando conseguimos dizer alguma coisa a mais, e ademais interessante, geralmente é para nos reconhecermos como parte da grande narrativa moderna, que é o romance. Os romances nos ensinam a amar, um pouco mais do que os manuais de arserotica e os guias de sexologia, e um tanto menos do que as palavras íntimas, cada vez mais raras, entre amigos, amantes e quejandos. (mais…)
Tudo começou com um mal entendido.A revista Hora Hagá tinha me encomendado uma matéria sobre psicanalistas expatriados, a propósito da pergunta “É possível ser psicanalista em outra língua que não a própria?”
Tinha argumentado com a minha editora, Lily Faria, que se existem escritores, como o russo Nabokov ou o polaco (perdão, “polonês”) Conrad, que escreviam em inglês; ou o outro polonês (perdão, “polaco”), Gombrowicz, que o fazia em castelhano; ou o irlandês Beckett, em francês, ou Joyce, também irlandês, escritor em uma língua imaginária, então, pensava eu, por que não poderia haver psicanalistas a analisar em línguas que lhes fossem estrangeiras? Porque, tinha me respondido Lily, a psicanálise consiste na exploração das próprias origens, e na origem está a língua materna.
O argumento parecia de peso, e foi com esta pauta que consegui uma lista de psicanalistas estrangeiros clinicando em São Paulo. Como tenho o hábito pouco brasileiro de organizar a agenda segundo os sobrenomes, comecei com o primeiro da lista, Goldenberg Ricardo.
María Elena Ángeles é repórter da revista Harper de Nova Iorque, graduada em
jornalismo pela Auburn University (School of Communication and Journalism),
trabalhou nos jornais O Globo, do Rio de Janeiro e Página 12, de Buenos Aires
Discute o problema ético decorrente da experiência analítica. Num estilo ao mesmo tempo rigoroso e fluente, este ensaio levanta questões que concernem não apenas aos praticantes da psicanálise mas também aos leitores provenientes de outros campos, sobretudoda filosofia, com a qual mantém um diálogo vivo e enriquecedor.
Psicanálise e política não se opõem. Erra quem ainda acredita que uma se ocupa do coletivo enquanto a outra cuida do individual. Erra também quem ve na política a arte de manipular as massas mediante miragens e na psicanálise, a de revelar-lhes o caroço da verdade subjacente.
Mais que não seja por terem os mesmos problemas, isto é, a escolha e a liberdade, e por tratarem do mesmo objeto, a saber, a felicidade (quer se denomine “gozo” ou “res publica”, o referente é o mesmo), não existe aqui a menor oposição e em nada se justifica a indiferença dos psicanalistas em matéria de política. Claro que ambas práticas não abordam seu objeto da mesma maneira e é desta diferença que se ocupa este livro.
Sobre o conflito palestino-israelense:
Palestra de Ricardo Goldenberg no Instituto Vox.
Participação de Ricardo Goldenberg no evento do Centro de Estudos Psicanalíticos, em 1998.