Uma vez, durante um daqueles jantares denominados “de confraternização” eu exprimi minha opinião de que proibir os símbolos era uma medida inútil e até contraproducente no combate à causa que o símbolo representa. Eu acredito que se a conversa fosse sobre brasões em geral a questão nem teria sido levantada, porém era da suástica que se falava e do uso que dela fazem nossos periféricos punks.
Do meu lado estava sentada uma senhora que se ergueu como pôde na sua cadeira para me apostrofar. “Se você fosse meu filho,” ela disse, mais para o resto da mesa do que para mim, “eu te esbofeteava! Um judeu de pai e mãe, como você,” continuou, “não tem o direito de ser pragmático! Deixa isso para ela”, concluiu, indicando outra comensal, cujo sobrenome português delatava a cristã nova.