Apócrifos

García Marquez está morrendo. Mas, oh vanitas!, nem pela obra nem pelo Nobel considerou-se dispensado de convocar uma coletiva de imprensa para renegar de um poeminha denominado Marionete, que circula na www como seu testamento literário: “O que pode me matar não é o câncer, mas a vergonha de que alguém acredite que eu tenha escrito uma coisa tão cafona.” ‘Tá bom, Gabo, não será dessa vez que terminarás num quadrinho na parede da cozinha, como Borges com o poema instantes (1) . Ou num marcador de livro, como os ensinamentos do mago Paulo Coelho, que não me surpreenderia se fossem lidos na calada da noite por muitos empenhados durante o dia na sua execração pública. (mais…)